DESTINO FATAL
Não acredito no destino como uma fatalidade incontornável, mas há situações que se apresentam com contornos próximos daquilo a que designamos por “Destino”. E o destino de Benazir Bhutto era o Paquistão e parecia ser um fim trágico.
Poder-se-á mesmo dizer que era um destino anunciado pelo duplo ataque bombista de que foi alvo em Outubro em Carachi quando regressou ao Paquistão, ou até que é uma marca familiar fatal de glória e morte. Os Bhutto no Paquistão, os Gandhi na Índia.
Apesar da previsibilidade, fiquei chocado. Benazir Bhutto era a melhor esperança do Paquistão a curto-médio prazo. A sua previsível eleição em Janeiro, trazia perspectivas de um novo rumo, alternativo à dicotomia Exército/Islamismo radical. Por outro lado, o seu assassinato poderá conduzir à continuação e agravamento da espiral de violência em que o país vai mergulhando.
Para além das consequências negativas para os Paquistaneses, há que lembrar que o Paquistão é um dos principais formadores de terroristas e a principal fonte de instabilidade no Afeganistão.
Quer gostemos, quer não, o que se passa no Paquistão tem muito a ver com a segurança do Ocidente. Com a segurança de todos nós. Por tudo isso, o que se passou hoje em Rawalpindi também foi muito mau para todos nós.
Benazir Bhutto e Margaret Thatcher, nos finais da década de 1980.
Fotografia retirada do site da BBC News – http://news.bbc.co.uk/
Fotografia retirada do site da BBC News – http://news.bbc.co.uk/