10 dezembro, 2007

A Recriação do Monstro

A RECRIAÇÃO DO MONSTRO

 
in “The Economist”, 4 Janeiro 2007

Em Janeiro de 2007, já o Economist antecipava a Recriação do Monstro com este delicioso cartoon com Angela Merkel e o Frankenstein. Volvidos 6 meses, o Monstro ressuscitou em grande parte devido ao empenho de Merkel e de Sarkozy.

Por perceber, fica o verdadeiro motivo desta obsessão com o Tratado Reformador/Constitucional.

Por descobrir, fica o famigerado bloqueio institucional que, supostamente, deveria ter paralisado a EU nos últimos 3 anos.

Por aceitar, fica a contumácia das lideranças políticas comunitárias e dos Estados-Membros em impingirem algo que os eleitores não sentem como premente e que muitos vão ao ponto de rejeitar.

Finalmente, e para lamentar, fica a insistência em brincar aos Tratados, quando os verdadeiros problemas que afectam as nações europeias são de outra índole e não se resolvem com tratados e, muito menos, com tratantes.

3 comentários:

PVM disse...

Rui:
És capaz de explicar:
1. como sabes que "os eleitores" (todos? Uma maioria?) não acham premente o tratado? Não me digas que tens dotes de adivinhação do que se passa na cabeça de 500 milhões de eleitores...;
2. E "muitos vão ao ponto de rejeitar" o tratado: mas estes "muitos" são a maioria? Quantos países o rejeitaram por referendo? Uma maioria? Ou será que gostas da democracia à la Chavez?
3. Não me parece que fique bem chamares "tratante" a um dos mais entusiastas apoiantes do tratado, pela simples motivo de ter sido líder do teu partido há tão poucos anos. Olha que a memória distorcida é apanágio dos estalinistas...
PVM

Rui Miguel Ribeiro disse...

Caro Paulo:
1- Não sei e não tenho, mas não vi um único estudo de opinião que colocasse o novo Tratado (em qualquer encarnação) sequer perto do topo das preocupações dos cidadãos dos Estados-Membros da UE.
2- Muitos são: os que o rejeitaram efectivamente e os que as sondagens indicavam como tendo a intenção de o fazer quando e se tivessem a oportunidade. "Muitos" não seria necessariamente (nem provavelmente) a maioria dos "500 milhões", nem tal seria necessário para arquivar o Tratado. A referência ao Chavez não a percebi, mas embirro com esse personagem, apesar de fazer referendos.
3- Eu não chamei "tratante" a ninguém em particular. Confesso que não resisti ao jogo de palavras, mas não o teria feito se não achasse que é o processo envolvendo o Tratado Reformador é mesmo coisa de tratantes.

P.S. A referência a Staline é carapuço que não me serve. Em absoluto!

freitas pereira disse...

Os Irlandeses , que desfrutam hoje de uma situação invejável graças à UE vão dizer dentro de semanas se realmente o mini-Tratado vale a pena ou não !
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Avec la signature du traité de Lisbonne, le 13 décembre, les Vingt-Sept ont presque tourné la page de la crise engendrée par l'échec du projet de Constitution européenne. Il reste néanmoins à ratifier le traité, et tous les regards se tournent vers l'Irlande, seul Etat où le texte sera soumis à référendum. En évitant partout ailleurs les consultations populaires, "les responsables politiques européens pensent que le gain en efficacité finira par rendre le texte acceptable aux yeux de l'opinion", estime The Irish Times. "Le défi est énorme, mais pas insurmontable si la volonté est là."

Pour leur part, prévient le quotidien dublinois, les dirigeant irlandais vont devoir "convaincre les électeurs que le traité est acceptable et légitime avant que son efficacité soit démontrée dans la pratique. Dans ces circonstances, il n'est pas surprenant que le Premier ministre Bertie Ahern regrette que le traité constitutionnel ait perdu de sa clarté. Les mérites de ce texte bien plus compliqué sont beaucoup plus difficiles à démontrer."

"Pour gagner le référendum, il faudra montrer comment le traité permettra de s'attaquer à des problèmes cruciaux, comme le réchauffement climatique, le maintien de la paix ou la promotion des politiques étrangères communes. Ces questions sont dans l'intérêt fondamental de l'Irlande, et le traité maintient notre influence et nous permet de l'étendre."

"L'enjeu est important pour l'establishment politique qui soutient le traité", considère The Irish Times, alors que les sondages laissent présager une campagne difficile. "Celui-ci doit convaincre les électeurs que le traité vaut la peine d'être soutenu et que le rejeter coûterait cher au pays."