11 maio, 2006

O Neo-Iberismo Revisitado

O NEO-IBERISMO REVISITADO


Algum do feedback que teve o post o “Neo-Iberismo” merece alguns esclarecimentos:

1- A menção ao iberismo toca-me numa corda sensível porque coloca em causa o cerne de muito daquilo em que acredito e coloca em cheque a própria existência do país que, tendo muitas deficiências, é o meu.
2- O caso da maternidade de Elvas é, do meu ponto de vista, da maior gravidade. Eu não a conheço e não posso dizer se as suas condições são boas, razoáveis ou medíocres. O que eu posso dizer é que o Estado Português tem o dever de garantir boas condições para que os filhos dos Portugueses de qualquer região possam nascer em Portugal.

3- Conforme referi numa resposta a um comentário, não tenho a pretensão de que deva haver maternidades disseminadas por todo o território e que se deve contrariar, por um imperativo de racionalidade e de eficiente gestão de recursos, a multiplicação de infra-estruturas que se sobrepõem às dos concelhos vizinhos levando à sub-utilização de todas elas. Tanto assim que só referi o caso de Elvas e não os de Bragança, Santo Tirso, Barcelos, ou Lamego, que até me são mais próximos. Não obstante, existem limites à eficiência económica e este é claramente um deles. Não é a mesma coisa um Português nascer em Espanha, ou a TMN ou a Vodafone terem um call centre na Índia.
4- Admito e aceito que seja desagradável para as pessoas de Barcelos ou de Santo Tirso terem os seus filhos no Porto, em Guimarães, ou em Braga, mas é muito diferente de os terem na Corunha, em Casablanca, ou em Bordeaux. O primeiro caso pode justificar-se à luz das limitações económicas e orçamentais de Portugal. O segundo caso, não há nada que o justifique.
5- Sendo um assunto grave, o tom da crítica foi contundente e mordaz, mas não escrevi, nem pensei, que há ministros traidores ou que o Ministro da Saúde tem um plano maquiavélico para dissolver a portugalidade. O que eu disse e penso, é que o Ministro “cortou a direito”, pensou economês e negligenciou valores imateriais que são superiores às poupanças que possa fazer. Isso é mau, mas tem remédio: assume que houve um lapso e encontra outra solução. Insistir nesta opção já depois de alertado, é péssimo.
6- Isto não é um ataque político-partidário. Num assunto destes, é-me indiferente que o governo seja rosa, laranja, azul, ou vermelho. O que me interessa é PORTUGAL.

1 comentário:

. disse...

Em primeiro lugar o caso do encerramento das maternidades é um assunto político, mais do que a defesa das condições de segurança para as mães e crianças, o que se trata é de política partidária. (veja-se quais são e onde são as maternidades).
Depois não era de se esperar outra coisa deste (des)governo: temos o Engº Sócrates a dizer que a prioridade é "Espanha, Espanha, Espanha"; temos um Ministro das Obras Públicas afirmar que é iberista e finalmente as mães de Elvas vão dar à luz em Badajoz.
Está tudo dito!

Viva España!!