14 setembro, 2016

1, 2, 3, 4, 5 Nuclear Tests and Counting



1, 2, 3, 4, 5 NUCLEAR TESTS 
AND COUNTING

 
North Korea’s test site at Punggye-ri and the upward evolution of her nuclear tests’ magnitude tremor.
in BBC News at www.bbc.com/news

And here we go again. On 9th September, North Korea conducted her 5th nuclear test. The previous ones took place in 2006, 2009, 2013 and in January 2016. Yes, you read well, it has already been 5 tests.

Not surprisingly, preliminary seismic readings point to a 5.3 magnitude tremor on Richter’s scale and the most powerful nuclear blast by the North Koreans yet. The explosive yield is gauged to be anywhere between 10 and 30 kilotons.

Also to be expected were the international reactions:

South Korea accused Kim Jong-un of maniacal recklessness and added that such provocation will further accelerate its path to self-destruction.

The United States, through UN Ambassador Samantha Power stated: We will take additional significant steps, including new sanctions to demonstrate to North Korea that there are consequences to its unlawful and dangerous actions.

China declared she would lodge a diplomatic protest and urged North Korea to avoid further action that would worsen the situation.

Russia said: We insist that the North Korean side stop its dangerous escapades and unconditionally implement all resolutions of the United Nations Security Council.

Japan stated: North Korea is an outlaw nation in the neighbourhood.

Here we have two sets of events playing out. One is the drama of shocked statements by several powers that have been pronouncing similar statements over the past 10 years and whose practical results have come to naught.

The other is the relentless North Korean drive to master the technology to build deployable nuclear warheads and the missiles to carry them to the enemy. This has been going on for three decades and it is no less dramatic but it is also very real.

As we have stated before in Tempos Interessantes (Threat or Bluff at http://tempos-interessantes.blogspot.pt/2016/01/threat-or-bluff.html ), North Korea’s nuclear quest is not going to stop, since it is a matter of life or death for the regime in Pyongyang and Kim Jong Un is not going to ditch what he considers to be his life insurance policy because of some incensed declarations and condemnations by the great powers at the UN. He knows better than that.

05 setembro, 2016

Cortinas de Fumo



CORTINAS DE FUMO

Cortina de fumo, ou smoke screen.

Há 12 anos, um clube de futebol foi apanhado nas teias da corrupção. Um dos aspectos curiosos desse processo foi o facto de muitos dos apoiantes do réu (e o próprio), quando confrontados com as acusações, não as negaram (nem admitiram), antes proclamavam que as escutas que permitiram descobrir a marosca eram ilegais. Para eles, a culpa era irrelevante, só o processo importava. Aquela marcava, este salvava.

Vem isto a propósito da divulgação de correspondência do Democratic National Committee (DNC) dos Estados Unidos pelo Wikileaks. Essa informação terá sido disponibilizada por hackers russos.

Essa correspondência revelava que o DNC, que é suposto gerir com imparcialidade e isenção as primárias do Partido Democrata nas quais os candidatos disputam a nomeação do Partido à candidatura presidencial, era apoiante de Hillary Clinton e crítico (e até ofensivo) do Senador Bernie Sanders.

A descoberta não foi surpreendente, mas foi tudo menos edificante, mais a mais envolvendo o favorecimento de uma candidata caracterizada por comportamentos dúbios, opacos e com uma incapacidade quase patológica de dizer a verdade e de se explicar de forma clara.

Pois a reacção da candidatura de Hillary Clinton, do DNC e, pasme-se, de vários media, foi a de fazer um grande alarido com o facto de os Russos terem penetrado o sistema informático do DNC, a gravidade do facto e a malvadez da Rússia e de Putin. Passando ao lado da ironia destas queixas terem vindo de um país como os Estados Unidos com um longo e comprovado cadastro de intrusões cibernéticas em países terceiros, releve-se a menorização da falta de ética e isenção do DNC, como se tal não fosse o cerne da questão.

Foi mais útil brandir os fantasmas russos e acusar Donald Trump de ser conivente com Putin, do que expor o enviesamento do DNC em favor de Clinton e em prejuízo de um processo eleitoral limpo e transparente, adjectivos que, diga-se, não se coadunam muito bem com os Clinton.

Mais cortinas de fumo, imagem de marca dos Clinton..

Entretanto, foram descobertas mais 15.000 páginas de e-mails do servidor privado que a então Secretária de Estado Hillary Clinton usava indevidamente, à margem das regras e do bom senso. A reacção da candidatura de Clinton foi acusar a organização conservadora Judicial Watch, que tem tentado, judicialmente, conseguir a divulgação pública dos mails, de ser anti-Clinton. O cerne da questão, o comportamento grave, “extremely careless” nas palavras brandas do Director do FBI, não foi considerado relevante. O padrão é sempre o mesmo: comportamentos dúbios, eventualmente ilegais, situações suspeitas, desculpas esfarrapadas e…cortinas de fumo, muito fumo e dissimulação. Eis os Clinton.

Enquanto figuras e figurões continuarem a mover-se impunemente por entre cortinas de fumo, ninguém se deve surpreender por haver cada vez mais eleitores dispostos s apoiar candidatos ditos alternativos.



30 agosto, 2016

The Purgers



THE PURGERS

 
Joseph Stalin, the ultimate Purger.

Recep Erdogan survived a military coup last month, partly because the plotters were not organised, decisive and ruthless enough, and partly because many Turks reacted in defence of Erdogan and, mostly, in defence of democracy.

Predictably, Erdogan reacted with revenge, rage and opportunism. Revenge thrown upon those who tried to topple him, rage that is his default mode when things do not go his way and opportunism to grab the chance/pretext to chase all real, presumed and eventual opponents, regardless of being a part of the coup d´état, or of not having anything to do with it.

 
Erdogan, today’s Purger in-chief, smashes the judiciary.

Erdogan’s revenge, rage and opportunism translated into a massive and encompassing purge. The numbers are staggering:

* 85.000 people fired or suspended from civil service.

* 142 media outlets shut down.

* 21.000 teachers fired or had their licences revoked.

* Tens of thousands of military personnel arrested, including most of the top brass.

* 2.100 judges fired the day after the coup d’état.

So, if the Turkish government were to be believed, well over 100.000 people would have been involved in the coup. If that were so, the coup would probably have prevailed. Regardless, to believe that there were over 20.000 teachers involved is really preposterous.

The fact that there were 2000 judges dismissed a couple of days after the coup points to a list of targets previously prepared, since it is utterly impossible to have found evidence of so many colluding officials of justice in little more than a few hours.

When one speaks of purges I cannot help thinking of Stalin, the master purger, who purged Communist Party comrades, farmers, so-called bourgeois, military personnel, not to mention the mass dislocation of people, the mass-killings, and the genocides. By Stalin’s standards, Recep Erdogan is a little small purger, but he has been doing his best. And, credit must be given, by today’s standards, Mr. Erdogan stands out as a top purger. Shame on him!

28 agosto, 2016

Salvos pela Telma



SALVOS PELA TELMA
 
Telma Monteiro no pódio olímpico!


Estou ciente que nos Jogos Olímpicos há mais do que as medalhas. Para além daqueles cujo êxito foi a própria qualificação para os Jogos, há aqueles que têm participações desportivamente meritórias, nomeadamente os que alcançam os estatuto de finalistas (os 8 primeiros) e que recebem o diploma olímpico Tais foram os casos dos canoístas Emanuel Silva e João Ribeiro com um azarado 4º lugar, do triatleta João Pereira que fez uma espectacular recuperação até ao 5º posto, de Nélson Évora e Patrícia Mamona, ambos 6º no triplo salto, ou de Nélson Oliveira, 7º no contra-relógio, entre outros.

Não obstante, para a grande maioria, o que conta é o vil metal (neste caso nobre), ou seja, as medalhas. E para um país sedento de medalhas, apenas 24 desde que Portugal se estreou nos Jogos Olímpicos há 104 anos em Estocolmo/1912.

Assim sendo, Telma Monteiro com a medalha de bronze conquistada no judo salvou Portugal e os Portugueses de uns Jogos em branco, ausentes do inefável medalheiro. Diga-se de passagem que Telma merecia e muito uma medalha olímpica a coroar uma carreira notável e recheada de título mundiais, europeus e nacionais.

No contexto dos Jogos do Rio de Janeiro/2016, a medalha de Telma salvou-nos da seca. Bem haja por isso.