09 maio, 2020

Subserviência da UE em Pequim


SUBSERVIÊNCIA DA UE EM PEQUIM



A delegação da União Europeia em Pequim pretendeu publicar um artigo assinado pelos 27 embaixadores dos Estados-Membros no “China Daily”. Até aqui tudo bem.

Contudo, como sabemos, a China é o país que mais restrições coloca à liberdade de expressão, que mais ameaças e represálias faz a quem dela discorda e é dos países que mais vigia, controla, persegue, reprime, controla e mata os seus cidadãos.

Concomitantemente, não constitui surpresa que os chineses tivessem censurado uma frase do referido artigo:
Mas o surto do coronavírus na China, e o seu subsequente contágio para o resto do mundo ao longo dos últimos três meses, levaram a que os nossos planos tivessem sido temporariamente postos de lado.

Aí está. A frase não contém acusações, nem suspeições, nem críticas, apenas o facto de o surto do corona vírus ter a sua origem na China, mas mesmo essa factualidade não foi tolerada por Pequim. 

Ora, o que é que se devia esperar da delegação da EU? Que não aceitasse a publicação do artigo nessas condições.

E o que é que podíamos esperar da delegação da EU? Isso mesmo, vergar a cerviz e ceder às exigências do Partido Comunista Chinês (PCC). E foi mesmo isso que sucedeu.

Após a postura subserviente, a dita delegação ainda teve o desplante de ter declarado ao jornal “South China Morning Post” que tomou essa decisão “com uma relutância considerável, uma vez que considera importante comunicar mensagens importantes referentes às prioridades das políticas da UE, nomeadamente nas alterações climáticas e sustentabilidade, direitos humanos, multilateralismo e na resposta global ao coronavírus”.

Ou seja, a EU preferiu fazer propaganda das suas políticas na China, sendo que a China se estará borrifando para parte delas, e envergonhar a instituição e os cidadãos dos Estados-Membros. O artigo já estará no arquivo morto, a demonstração de vassalagem ficará na memória. 

Shame on them!

P.S. Acrescento a reprodução do texto original enviado ao South China Morning Post:


6 de Maio 2020

P.P.S. A informação aqui veiculada foi recolhida maioritariamente do jornal “Observador”.

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