ESTRANGULANDO
A GRÉCIA
O naufrágio da Grécia…..
A “novela” grega arrasta-se sofridamente. De um lado
está a Grécia, um país falido, mesmo após uma recessão prolongada e brutal causada
pela soma da gestão irresponsável dos governos do PASOK e da Nova Democracia e
da imposição de uma austeridade demencial por parte da Troika e dos seus
mentores.
Actualmente temos o novo governo grego, liderado pelo
Syriza, a tentar fazer valer pelo menos algumas partes relevantes do programa
eleitoral sufragado pelos Gregos e pressionado pela ausência de liquidez e pelo
avolumar dos compromissos.
Do outro lado, temos a Alemanha e a Troika, determinados
em manter e concluir as políticas que puderam a Grécia de gatas. Para tal, vão
apertando o garrote.
Para se ter uma ideia da situação insustentável da
Grécia, basta ver que Atenas se bate pela entrega dos 7.2 biliões de euros que
faltam para completar o pacote do 2º resgate. No entanto, em Julho tem de pagar
3.5 biliões de euros ao BCE. Ou seja, praticamente metade do que falta receber
é devolvido à procedência um mês
depois.
Só entre Março e Dezembro de 2015, o montante que a
Grécia deverá entregar ao FMI ascende a 8 biliões de euros. A isto acresce 6.7
biliões ao BCE no próximo Verão. A este bolo ainda podemos somar mais de 10
biliões em liquidação de obrigações de curto prazo. 25 biliões de euros em 10
meses só em serviço da dívida! Fora as despesas correntes.
O que era óbvio em 2010 continua a ser óbvio em 2015: a
Grécia está insolvente. Não tem qualquer hipótese realista de satisfazer estes
compromissos, mesmo que mergulhe os Gregos numa austeridade e miséria permanentes.
Tal, apenas satisfará o fanatismo fiscal de Berlim, Frankfurt e Bruxelas.
A solução troikiana e os resgates arrastaram o problema
até 2015. A Grécia é um doente terminal a quem foram aplicadas sucessivas e
infrutíferas doses do mesmo remédio. É…doentio. A solução para a Grécia em
2015, tal como em 2010, só passará por uma grande reestruturação (haircut) da
dívida, ou pelo incumprimento (default).
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1 comentário:
As faltas de civismo e prática de cidadania aliadas à corrupção e saque do erário público do parte dos sucessivos governos, só podem gerar situações como a vivida na Grécia e noutros países com situação sobreponível. O mais humilde dos cidadãos (não precisa ser versado em gestão ou economia)sabe quando está a ser preterido em função de valores - ou inexistência deles - por parte dos responsáveis do destino do seu País. São a maioria. O que se passa é que uma espécie de letargia se apoderou deles e optaram por ser levados pela corrente. Nem esbracejam! À latino: "c'est la vie"! Que continue a procissão!
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