TOO LITTLE…
Como era previsível, José Sócrates remodelou. Já não tão previsível era que remodelasse tão pouco.
Correia de Campos tinha de sair. Politicamente desastrado, inepto até, foi-se enredando numa teia de casos individuais e de trapalhadas de difícil explicação até se perder de forma irremediável. Para mim, aliás, já estava condenado pelo pecado original de não garantir o direito básico de as Portuguesas terem os seus filhos em Portugal.
Outros há, no entanto, cuja saída do Governo seria esperável e desejável, mormente, os Ministros das Obras Públicas e Educação, para não tornar a lista demasiado extensa. Aquele jamais devia continuar no Governo depois de se ter empenhado bem para além do razoável na opção pela Ota para o novo aeroporto e de ter de acatar a localização que sempre rejeitara. Esta, por encarar os professores como um alvo a abater e os alunos como uns coitados que urge passar custe o que custar.
Sócrates podia remodelar 4 a 6 ministros, mas optou pela versão minimalista, sacrificando um Ministro que era acossado diariamente pelos mastins da comunicação social que há muito cheiraram o sangue de Correia de Campos, e uma Ministra de escassa importância e visibilidade.
A 18 meses das eleições, Sócrates queimou a última cartada das remodelações, o que se poderá revelar uma vulnerabilidade a curto prazo, se Ministros como Mário Lino, Lurdes Rodrigues, Manuel Pinho, ou Teixeira dos Santos continuarem ou voltarem, conforme os casos, a terem atitudes e declarações que fragilizem o Governo.
Esta remodelação é, claramente, too little e será too late para haver outra.
4 comentários:
Não seria melhor fazer uma remodelação completa e mudar de partido?
Maria
Ah, se seria. Para isso, contudo, teremos de aguardar por 2009. I hope!
Era uma remodelação necessária, mas que soube a pouco.
Por um lado, a ministra da Cultura nunca chegou a suar a camisola. Trapalhadas atrás de trapalhadas, esteve muito longe de dignificar a nossa rica cultura que está a cair, aos poucos, no esquecimento. Contribuindo ela própria para esse esquecimento.
Quanto a Correia de Campos, a meu ver foi um dos ministros mais corajosos do Governo Sócrates. Já que levou a cabo algumas políticas impopulares (refiro por exemplo ao fecho das urgências), mas necessárias. Era o homem a abater pela maioria da população e Sócrates (preparando já as próximas eleições) fez questão de pressionar o gatilho.
Eu teria acrescentado, no mínimo, o ministro das Obras Públicas, que não sendo uma pasta tão sensível, como a Saúde, para a maioria dos portugueses, estragou completamente a pintura, com a questão da OTA. Mas citando o próprio, creio que ele "jamais" sairá deste Governo.
É João Carlos, soube a pouco. À tua lista acrescentaria, pelo menos, a Ministra da Educação. Quanto ao Ministro da Saúde era politicamente desastrado (para ser simpático) e tem o tal "pecado original" que eu não lhe perdoo.
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