31 janeiro, 2008

Too Little...

TOO LITTLE…

Como era previsível, José Sócrates remodelou. Já não tão previsível era que remodelasse tão pouco.

Correia de Campos tinha de sair. Politicamente desastrado, inepto até, foi-se enredando numa teia de casos individuais e de trapalhadas de difícil explicação até se perder de forma irremediável. Para mim, aliás, já estava condenado pelo pecado original de não garantir o direito básico de as Portuguesas terem os seus filhos em Portugal.

Outros há, no entanto, cuja saída do Governo seria esperável e desejável, mormente, os Ministros das Obras Públicas e Educação, para não tornar a lista demasiado extensa. Aquele jamais devia continuar no Governo depois de se ter empenhado bem para além do razoável na opção pela Ota para o novo aeroporto e de ter de acatar a localização que sempre rejeitara. Esta, por encarar os professores como um alvo a abater e os alunos como uns coitados que urge passar custe o que custar.

Sócrates podia remodelar 4 a 6 ministros, mas optou pela versão minimalista, sacrificando um Ministro que era acossado diariamente pelos mastins da comunicação social que há muito cheiraram o sangue de Correia de Campos, e uma Ministra de escassa importância e visibilidade.

A 18 meses das eleições, Sócrates queimou a última cartada das remodelações, o que se poderá revelar uma vulnerabilidade a curto prazo, se Ministros como Mário Lino, Lurdes Rodrigues, Manuel Pinho, ou Teixeira dos Santos continuarem ou voltarem, conforme os casos, a terem atitudes e declarações que fragilizem o Governo.

Esta remodelação é, claramente, too little e será too late para haver outra.

4 comentários:

Anónimo disse...

Não seria melhor fazer uma remodelação completa e mudar de partido?
Maria

Rui Miguel Ribeiro disse...

Ah, se seria. Para isso, contudo, teremos de aguardar por 2009. I hope!

João Figueiredo disse...

Era uma remodelação necessária, mas que soube a pouco.
Por um lado, a ministra da Cultura nunca chegou a suar a camisola. Trapalhadas atrás de trapalhadas, esteve muito longe de dignificar a nossa rica cultura que está a cair, aos poucos, no esquecimento. Contribuindo ela própria para esse esquecimento.
Quanto a Correia de Campos, a meu ver foi um dos ministros mais corajosos do Governo Sócrates. Já que levou a cabo algumas políticas impopulares (refiro por exemplo ao fecho das urgências), mas necessárias. Era o homem a abater pela maioria da população e Sócrates (preparando já as próximas eleições) fez questão de pressionar o gatilho.
Eu teria acrescentado, no mínimo, o ministro das Obras Públicas, que não sendo uma pasta tão sensível, como a Saúde, para a maioria dos portugueses, estragou completamente a pintura, com a questão da OTA. Mas citando o próprio, creio que ele "jamais" sairá deste Governo.

Rui Miguel Ribeiro disse...

É João Carlos, soube a pouco. À tua lista acrescentaria, pelo menos, a Ministra da Educação. Quanto ao Ministro da Saúde era politicamente desastrado (para ser simpático) e tem o tal "pecado original" que eu não lhe perdoo.