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11 novembro, 2015

Batota Eleitoral?



BATOTA ELEITORAL?

 

Ao contrário da gritaria vigente, foi este gesto repetido milhões de vezes no dia 4 de Outubro que está na origem do derrube do Governo.

in “LEGISLATIVAS 2015”



Muito se tem falado nas últimas semanas em Portugal de manobras anti-democráticas, ilegítimas tomadas de poder, subversão dos resultados eleitorais, violação das regras democráticas vigentes, de golpe palaciano, em suma, de batota eleitoral.

Proponho, por isso, uma breve viagem pelo tempo e pelo espaço.

1971 – HOLANDA: O Partido Trabalhista ganhou as eleições com 25% dos votos. Contudo, não obteve a maioria dos mandatos. O Governo foi formado com base numa coligação formada por 5 partidos que incluía o 2º mais votado (KVP), o 3º (VVD), o 4º (ARP) do qual saiu o Primeiro-Ministro Barend Bisheuvel.

1977 – HOLANDA: O Partido Trabalhista ganhou as eleições com 34% dos votos. Contudo, não obteve a maioria dos mandatos. O Governo foi entregue a uma coligação CDA (Democrata Cristão) que ficara em 2º lugar com 32% da votação e o VVD (Liberal), que ficara em 3º com 18% dos votos. O Primeiro-Ministro foi Dries Van Agt, líder do CDA.

1980 – ALEMANHA FEDERAL: O Partido Cristão Democrata CDU/CSU ganhou as eleições com 45% dos votos. Contudo, não obteve a maioria dos mandatos. O Governo foi entregue a uma coligação entre os 2º e 3º partidos, SPD (Social-Democrata) e FDP (Liberal) com 43% e 11% dos votos, respectivamente.

1991 – SUÉCIA: O Partido Social Democrata ganhou as eleições com 38% dos votos Contudo, não obteve a maioria dos mandatos. O Governo foi formado com base numa coligação formada por 4 partidos que incluía o 2º mais votado (Partido Moderado) com 22%, o 3º (Liberal Popular) com 95, o 4º (Partido do Centro com 8.5% e o 5% (Cristão-Democrata) com 7%. O Primeiro-Ministro foi Carl Bildt do Partido Moderado.

2011 – DINAMARCA: O Partido Liberal Dinamarquês ganhou as eleições com 27% dos votos Contudo, não obteve a maioria dos mandatos. O Governo foi formado com base numa coligação entre o 2º partido mais votado (Social-Democrata) com 25%, o Partido Social Liberal (4º com 10% e o Partido Socialista (5º com 9%). A Primeiro-Ministro foi Helle Thorning-Schmidt do Partido Social-Democrata.

2013 – NORUEGA: O Partido Trabalhista ganhou as eleições com 31% dos votos. Contudo, não obteve a maioria dos mandatos. O Governo foi formado com base numa coligação de 5 partidos, liderados pelo Partido Conservador (2º com 27%) e que integra o Partido do Progresso (3º com 16%). A coligação conta com o apoio parlamentar dos Partidos Democrata-Cristão (4º com 6%) e Liberal (6º com 5%). A Primeiro-Ministro é Ema Solberg do Partido Conservador.

2015 – DINAMARCA: O Partido Social Democrata ganhou as eleições com 26% dos votos Contudo, não obteve a maioria dos mandatos. O Governo foi formado com base numa coligação de 5 partidos, liderados pelo 3º mais votado (Liberais) com 20%, embora inclua o 2º mais votado (Partido Popular Dinamarquês) com 21%, o 5º (Aliança Liberal) com 7.5% e ainda os Partidos Conservador e Democrata Cristão (9º e 10ª). O Primeiro-Ministro é Lars Lokke Rasmussen do Partido Liberal Dinamarquês.

Temos então um conjunto de 7 eleições, realizadas em 5 países europeus (Holanda, Alemanha Federal, Suécia, Dinamarca e Noruega) com altíssimas credenciais democráticas e com uma prática muito mais extensa do que Portugal. Nestes 7 casos, nestes 5 países, encontramos 7 situações em que o partido mais votado não conseguiu formar governo, sendo este formado por coligações que integram outros partidos menos votados. Não consta que em NENHUM destes países se considerasse estar perante um crime lesa-democracia.

Em todos estes países, tal como em Portugal, o povo não vota num governo, nem elege um Primeiro-Ministro. O povo vota em deputados, ou em listas de deputados e elege um parlamento. Deste, emana um governo que decorre do equilíbrio de forças parlamentar e, qualquer que seja a sua composição, a sua legitimidade decorre do seu suporte parlamentar que decorre dos votos dos cidadãos.

Pode gostar-se ou não do resultado, mas o que aconteceu ontem em S. Bento não foi batota, foi a democracia em acção de acordo com as leis e as regras instituídas. E também de acordo com as práticas em muitas democracias europeias, que muitos gostam de invocar SÓ para algumas matérias.

Negar esta realidade é, isso sim, um exercício anti-democrático, desestabilizador, próprio de quem julga que o poder é a prerrogativa de alguns predestinados. Parece que afinal ainda não é

26 junho, 2006

Campeonato do Mundo 2006 - 11: Que Bom: Errei!

CAMPEONATO DO MUNDO ALEMANHA/2006

11- QUE BOM: ERREI!
 
Quem tiver lido o post anterior, saberá o significado deste título. Aí, eu previa a qualificação de 8 equipas para os quartos de final, entre elas, a Alemanha, a Argentina, a Inglaterra e a Holanda! E errei onde mais queria errar: num jogo atípico, fraco, conflituoso e com má arbitragem, Portugal conseguiu escapar da confusão com a vitória no bolso. Dadas as circunstâncias, teve alguma sorte, mas lutou bravamente, nunca se desuniu e foi mais equipa do que a Holanda. Nos outros três jogos imperou a normalidade, sendo que a Alemanha foi, claramente a equipa que mais convenceu.


Alemanha: vitória clara por 2-0, despoletada por um primeiro terço de jogo alucinante que destroçou a forte equipa sueca. Foi a equipa mais forte dos primeiros 4 jogos dos oitavos. Embora beneficiasse de uma expulsão errada do nº4 da Suécia, Teddy Lucic e de um penalty falhado por Larsson, a vitória foi inconstestável.

Portugal: mais correcto seria dizer a equipa portuguesa: o espírito de unidade, solidariedade e coragem com que enfrentaram o jogo, 11v11, 10v11, 10v10, 9v10 e 9v9 e a lucidez e eficácia mantida pela grande maioria dos seus elementos trouxe-os para a coluna positiva. É difícil destacar os muitos que estiveram bem; fica a referência para aqueles que, dos 14, não os acompanharam: Costinha (por tudo), Deco (pela expulsão) e Pauleta (pela nulidade do jogo).


Maxi Rodriguez e David Beckham: O Argentino marcou um golo decisivo no prolongamento que livrou a Argentina dos penalties, com um pontapé fabuloso da quina da área que é candidato à medalha de ouro dos golos deste Mundial. E já marcou 3 golos. O Inglês deixou a sua marca neste Mundial com um golo igualmente decisivo, na inevitável e perfeita conversão de um livre; sem ter a espontaneidade explosiva do outro golo, o de Beckham tem uma premeditação e racionalidade que nos faz crer que ele pode ainda marcar outros assim; o de Rodriguez, talvez tenha sido once in a lifetime...

Scolari: Também sei dar o braço a torcer: Portugal manietou a Holanda e à medida que ia perdendo jogadores, Scolari fez as substituições e os ajustamentos tácticos certeiros para manter a ameaça laranja relativamente inócua, especialmente a troca de Pauleta por Petit ao intervalo. Está de parabéns. Ao contrário do que eu pensava, também acertou em cheio ao convocar Maniche. Só lhe falta trocar dois jogadores que pouco trazem à equipa (Costinha e Pauleta).

Podolsky e Isaksson: O avançado alemão fez um belo jogo e marcou dois golos que colocaram a Alemanha a caminho da fase seguinte com 12 minutos jogados. O guarda-redes sueco sofreu dois golos, mas fez uma das melhores exibições de keepers neste Mundial e evitou, quase sozinho, que a Suécia saísse de Munique esmagada.


Uruguai-Argentina: É, obviamente, uma piada, que me perdoem Uruguaios e Argentinos, por que o Portugal-Holanda chegou a parecer um dos jogos, frequentes na América do Sul, em que campeia a indisciplina, a batalha campal e a confusão total.

Ivanov e Portugal-Holanda: Agora a sério. O árbitro russo fez uma péssima exibição, que parece ter ficado marcada pela troca do vermelho pelo amarelo na agressão de Boulharouz a Cristiano Ronaldo. Apesar de ter batido o recorde mundial de amostragem de cartões (20, 16 amarelos e 4 vermelhos), nunca conseguiu ter o controle do jogo, nem travar a conflitualidade crescente, embora estivesse bem nas expulsões. O jogo fica marcado pela má arbitragem, mas foi um jogo fraco mal jogado (?), incaracterístico de duas equipas que sabem jogar bom futebol. E é óbvio que o nervosismo, a agressividade e a conflitualidade dos jogadores ajudou a estragar o jogo.

Marco Van Basten: Não me lembro de ver a Holanda jogar tão pouco como neste jogo. Sem fio de jogo, com má circulação de bola, com as principais unidades desinspiradas (excepção a Van Persie), a Holanda, de que tanto gosto, não merecia ir mais além. Para agravar a situação, jogando quase toda a 2ª parte em superioridade numérica, Van Basten teimou em manter o seu avançado mais perigoso no banco: Van Nistelrooy pode não estar em forma, mas com certeza que é mais letal do que Kuyt e Hesselink juntos.

Costinha: presença já habitual nesta coluna, hoje esmerou-se: participação banal no jogo, até que em pouco minutos teve três intervenções para amarelo, tendo escapado incólume na segunda. No entanto, ao contrário de Graham Poll, ao segundo amarelo, Ivanov mostrou-lhe mesmo o vermelho. Felizmente, tudo correu bem, mas podia ter deitado a perder um jogo que estava controlado. Uma boa notícia a terminar: contra a Inglaterra não joga!


22 junho, 2006

Campeonato do Mundo 2006 - 9: Portugal e Alemanha: 9 Pontos

CAMPEONATO DO MUNDO ALEMANHA/2006

9- PORTUGAL E ALEMANHA: 9 PONTOS


Portugal e Alemanha fizeram o pleno de 3 vitórias e 9 pontos. A Alemanha fê-lo tranquilamente, Portugal fê-lo com sacrifício, mas ambos estão a crescer e parecem estar à altura dos desafios difíceis que se avizinham: Suécia e Holanda, respectivamente. Portugal enfrentou pela primeira vez uma equipa forte (não de 1ª linha) e o saldo foi razoável: jogou com garra e espírito de luta e objectividade no ataque; infelizmente recuou a partir do 2-0, o que se compreendeu ainda menos a partir do momento em que jogou contra 10. Houve “suplentes” que mostraram valor (Simão e Petit) e outros que falhram (Postiga, Tiago, Caneira e Boa Morte). Mesmo assim, Scolari pode contar com cerca de 15 jogadores que lhe dão garantias para os próximos desafios.


Portugal: Sem o brilhantismo de 1966 e com adversários bem mais fracos, mas Portugal repetiu as 3 vitórias de 1966 na fase de grupos. A seguir, o adversário mete bem mais respeito que o de 1966: agora a Holanda, então a Coreia do Norte. Esperemos que o desfecho seja o mesmo, mas não convém dar 3 golos de avanço, até porque o Eusébio já não joga.
Alemanha: Exibição tranquila mas convincente, que serviu para continuar a afirmação da Alemanha, detentora de considerável poder de fogo, como candidata aos lugares de honra. Ao virar da esquina está a Suécia, no horizonte dos quartos de final já vislumbra a Argentina…
Sérvia: Vai, certamente, terminar em 32º e último lugar neste Mundial. Uma prestação inacreditável de que não haverá memória numa equipa europeia. Na despedida, esteve a ganhar 2-0 e conseguiu perder 2-3 com a Costa do Marfim. Sofreu 10 golos no total. A selecção que representava o núcleo duro da antiga Jugoslávia, desmoronou-se ainda mais rapidamente que a Federação. Pelo menos, até ver, não morreu ninguém.
Holanda-Argentina: O jogo de maior cartaz da fase de grupos soube a muito pouco. Com várias estrelas ausentes, serviu para provar que Pekerman tem mais “banco” do que Van Basten, cuja Laranja ainda funciona muito a espaços. O 0-0 final, acaba por espelhar a escassez de inspiração e o menor empenho das duas selecções. Para a próxima, queremos mais.
 
 


Inglaterra-Suécia: Grande jogo, disputado a bom ritmo, com um estilo físico, mas bem jogado, domínio inglês na 1ª parte e sueco na 2ª, 4 golos e emoção, acabando com um justo 2-2. Do melhor que temos visto. Péssima, a lesão de Michael Owen: é uma grande perda.
Klose: Mais dois golos. Soma 4 e é o comandante provisório da lista de artilheiros. Tem estado muito activo e com bom ratio de aproveitamento. Veremos se continua a marcar quando vierem os grandes jogos.

Simão e Maniche: Os melhores de Portugal na vitória sobre o México. Simão Sabrosa carrilou o melhor do jogo ofensivo português, fez duas assistências e marcou um golo. Maniche (cuja convocação me mereceu reticências) jogou, correu, lutou, rematou muito e fez um bom golo.
Joe Cole: Marcou um golo fabuloso, porventura o melhor do Mundial 2006 até ao momento. Potência, espontaneidade, direcção, espectacularidade! Teve tudo. Congratulations!


09 junho, 2006

Campeonato do Mundo 2006 - 3- Let the Game Begin

CAMPEONATO DO MUNDO ALEMANHA/2006

3- LET THE GAME BEGIN


Hoje começa finalmente o Campeonato do Mundo Alemanha/2006 com o jogo inaugural, Alemanha-Costa Rica em Munique, seguido do outro jogo do Grupo A, Polónia-Equador, em Gelsenkirchen. Portugal entra em campo no Domingo frente a Angola, em Colónia.

Para além do impacto mediático do jogo de abertura e dos jogos de Portugal, permito-me destacar, nesta fase de grupos, meia dúzia de jogos que, pela valia e prestígio dos oponentes ou pela história do confronto, poderemos considerar os grandes jogos a não perder. Por ordem de importância:

1- Holanda-Argentina (21/06/06)
2- Inglaterra-Suécia (20/06/06)
3- Itália-Rep. Checa (22/06/06)
4- Alemanha-Polónia (14/06/06)
5- Brasil-Croácia (13/06/06)

Ao nível dos Grupos, o C, com a Argentina e a Holanda à cabeça e o B (Inglaterra e Suécia) são, claramente, os de maior grau de dificuldade.

Cumprindo a promessa feita, concluo agora o exercício de alto risco das previsões:

FINAL DOS VENCIDOS:

HOLANDA - BRASIL

FINAL:

INGLATERRA - ITÁLIA

LUGARES DE HONRA:

1- ITÁLIA
2- INGLATERRA
3- HOLANDA
4- BRASIL

CAMPEÃO DO MUNDO 2006: ITÁLIA

And now, let’s get the ball rolling! Let the game begin!