06 janeiro, 2015

Deixai Toda a Esperança, Vós Que Entrais



DEIXAI TODA A ESPERANÇA, 
VÓS QUE ENTRAIS

IV REICH, COMITÉ CENTRAL E DEMOCRACIA

 
Dante desce ao Inferno guiado por Virgílio.

As próximas eleições na Grécia estão a criar grande agitação junto de muitos democratas europeus. Num verdadeiro espírito democrático, só admitem um resultado nas eleições gregas e, como tal, recorrem aos avisos, pressões e ameaças. Déjà vu.

Angela Merkel, cada vez mais convencida que lidera o IV Reich, já determinou a expulsão da Grécia do euro caso o Syriza seja a escolha dos Gregos. Gregos que, para Merkel e Schauble, têm mais o estatuto de metecos no seu próprio país do que o de cidadãos no usufruto dos seus plenos direitos de cidadania.

O facto de não estar prevista a expulsão de um Estado do euro é pouco relevante para quem, como Merkel, se habituou a governar de Lisboa a Kiev a partir de Berlim.

Por sua vez, a Comissão Europeia, espécie de Comité Central europeu do século XXI, declarou, de forma messiânica, que a adesão ao euro, qual Inferno de Dante, é irrevogável e irreversível:


A inscrição na entrada do Inferno de Dante.


Antes de mim não foram coisas criadas
 se não eternas, e eu eterno duro.
Deixai toda esperança, vós que entrais.

Dante Alighieri, “A Divina Comédia – Inferno” - Canto III


A não ser que Paulo Portas tenha disseminado a sua interpretação elástica de “irrevogável”, o dito Comité Central parece ter esquecido que ainda restam uns resíduos de soberania nos Estados Europeus, apesar dos esforços de Berlim e de Bruxelas, coadjuvados por governantes que parecem almejar um papel semelhante ao dos extintos governadores civis.

E é esta Europa de Berlim e Bruxelas que critica com tanta soberba e desprezo o autoritarismo na Rússia e noutras paragens, que exerce a tirania da verdade única e do caminho único na Europa.

Depois de virtualmente banir os referendos, o Reich e o Comité Central também já se sentem incomodados com as próprias eleições. O próximo passo talvez seja a nomeação de pretores, para substituir os actos eleitorais. Em alguns países é capaz de nem se notar muito a diferença.



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2 comentários:

Sergio Lira disse...

Esqueceste o papel absolutamente essencial do Presidente da Franga: papel de parvo.

Rui Miguel Ribeiro disse...

Exactamente Sérgio! E como sabemos, todas as cortes têm os seus bobos.