14 dezembro, 2010

Empty Chair

EMPTY CHAIR


O retrato de Liu Xiaobo e a cadeira onde se deveria ter sentado.

Apesar da admiração que o sucesso económico chinês vai suscitando em diversos quadrantes, o Governo da China vai-se esforçando por nos lembrar que a sua natureza é intrinsecamente má: totalitária, agressiva, expansionista e repressiva.

Esta semana, pela primeira vez desde a atribuição do Prémio Nobel da Paz ao pacifista Alemão Carl Von Ossietzky em 1936, nem o galardoado, nem um familiar próximo estiveram presentes na cerimónia de entrega do galardão. O regime que em 1936 tomou essa atitude foi o III Reich de Adolf Hitler.
 
Da atitude de Pequim relativamente ao Prémio Nobel da Paz 2010, retiram-se duas ilações, nenhuma delas nova:

1- A repressão interna a quem pensa de forma diferente, mesmo que usando exclusivamente métodos pacíficos é implacável e não vai mudar. Os Jogos Olímpicos de 2008 foram disso uma boa demonstração para quem pensava que eles iriam induzir a abertura política da China.

2- A intolerância externa é total quando os interesses do partido Comunista Chinês estão em causa. As retaliações comerciais contra a Noruega e a chantagem feita a múltiplos estados para não estarem representados na Cerimónia de Oslo, é exemplificativo daquilo em que a China se tornou no século XXI: um bully à escala global.

Termino com uma pequena citação de Liu Xiaobo, datada de Dezembro 2009:

"I have once again been shoved into the dock by the enemy mentality of the regime," Liu said on Dec. 23, 2009. "But I still want to say to this regime, which is depriving me of my freedom, that I stand by [my] convictions. ... I have no enemies, and no hatred."

Hatred, Liu continued , "can rot away at a person's intelligence and conscience. Enemy mentality will poison the spirit of a nation, incite cruel mortal struggles, destroy a society's tolerance and humanity, and hinder a nation's progress toward freedom and democracy."

inThe Washington Post” de 10 de Dezembro 2010 at

Sem comentários: