18 maio, 2010

Tories Back in Downing Street

TORIES BACK IN DOWNING STREET


David Cameron (Conservador) à direita e Nick Clegg (Liberal-Democrata) à esquerda:
Primeiro-Ministro e Vice Primeiro-Ministro do Reino Unido, respectivamente.in BBC News at http://news.bbc.co.uk/2/hi/uk_news/politics/election_2010/default.stm ´
 
Após 13 anos de oposição, os Tories (Conservadores) regressam finalmente ao nº 10 de Downing Street, que é como quem diz, à liderança do governo do Reino Unido.in BBC News

No entanto, as eleições deste ano foram as mais atípicas de que há memória:

• Produziram um hung Parliament (inexistência de maioria absoluta monocolor pela primeira vez desde 1974.

• A maioria das sondagens falhou, como que perturbadas pela ascensão de popularidade dos Liberais.

• O Primeiro-Ministro cessante perdeu em toda a linha e ainda tinha esperança de continuar (agarrado) no poder.

• Pela primeira vez houve debates televisivos entre os candidatos

• O Partido Liberal-Democrata desceu, contrariando as sondagens, mas ascende ao governo pela primeira vez desde 1931.

• Há um governo de coligação em Westminster pela primeira vez desde a II Guerra Mundial.

Mesmo tendo pena que os Conservadores não tivessem uma vitória total, as eleições trouxeram boas notícias. Acabou o domínio do Labour e de Gordon Brown, que fica na História por ter conseguido um elevado a despesa pública britânica e o respectivo endividamento a níveis record e por se ter agarrado como uma lapa ao poder, negando eleições que prometera quando percebeu que as perderia e quando tentou, vergonhosamente, manter-se no poder depois de ter sido cilindrado nas urnas.

Mais do que isso, regressa ao poder um Partido Conservador que promete menos estado, mais contenção nas despesas públicas, mais Atlântico e menos Bruxelas. Boas perspectivas. Se serão boas notícias, esperemos pela realidade para decidir.

A coligação Tory/Lib tem pontos em comum na área da economia, finanças públicas e educação que serão decisivos para o seu sucesso, que se jogará essencialmente naquelas áreas. Na defesa, interior e assuntos europeus, os dois partidos estão a milhas de distância, o que poderá gerar atritos, porventura só depois de a tempestade económica ter amainado. De qualquer forma, os Conservadores são o partido maioritário e detêm as pastas relevantes nestas áreas -Liam Fox (Defence), William Hague (Foreign Office e Theresa May (Home Office)- pelo que será razoável que as suas posições nestas pastas prevaleçam, o que, aliás, transparece do que já foi apresentado do programa de governo.

Resta aguardar que David Cameron, Nick Clegg e George Osborne (Chancellor of the Exchequer) possuam a determinação e o sentido de interesse nacional para prosseguir uma agenda política e económica que será espinhosa mas necesária para colocar o Reino Unido de novo na rota do crescimento interno e da afirmação externa.

UK - NATIONAL SEATS AT A GLANCE

 Political Party SEATS CHANGE


Conservative 306 +9
Labour 258 -91
Liberal Democrat 57 -5
Democratic Unionist Party 8 -1
Scottish National Party 6 0
Others 14 0

SHARE
1. CON 36.1%
2. LAB 29.0%
3. LD 23.0%
4. Others 11.9%

FULL UK SCOREBOARD

Party Seats Gain Loss Net Votes % +/-%
Conservative 306 100 3 +97 10,706,647 36.1 +3.8
Labour 258 3 94 -91 8,604,358 29.0 -6.2
Liberal Democrat 57 8 13 -5 6,827,938 23.0 +1.0
Democratic Unionist Party 8 0 1 -1 168,216 0.6 -0.3
Scottish National Party 6 0 0 0 491,386 1.7 +0.
Sinn Fein 5 0 0 0 171,942 0.6 -0.1
Plaid Cymru 3 1 0 +1 165,394 0.6 -0.
Social Democratic & Labour Party 3 0 0 0 110,970 0.4 -0.
Green 1 1 0 +1 285,616 1.0 -0.1
UK Independence Party 0 0 0 0 917,832 3.1 +0.9
British National Party 0 0 0 0 563,743 1.9 +1.2
Others 1 1 1 0 319,891 1.1 0.0

Turnout 29,653,638 65.1 4.0

After 649 of 650 seats declared.
P.S. Na véspera das eleições deixei aqui os meus palpites. Eis o acerto de contas:

1- O Partido Conservador (Tory) ganha.
CERTO

2- O Partido Trabalhista (Labour) fica em 2º em votos e mandatos.
CERTO
 
3- O Partido Conservador consegue a maioria absoluta (326 MP’s ou fica muito perto dela.
INCERTO (depende do ponto de vista, mas pensei que ficasse mais perto)

4- Na sequência do ponto anterior, o Partido Liberal Democrata fica fora do governo.
ERRADO

 
5- O Partido Liberal fica perto dos Trabalhista em votos.
ERRADO (embora reduzida em 1 milhão de votos, a diferença ainda é de 1.8 milhões)

2 comentários:

Alberto disse...

Caro professor Rui Miguel foi a resposta de um povo inteligente. Há dúvidas?
Andar em frente virando à direita.
Porque será que quando sentimos receio, insegurança ou algo vai mal procuramos a direita?

Povos do Sul da Europa despertem!

PORTUGUESES, ESPANHÓIS E GREGOS Direita Volver
MARCHAR, MARCHAR...

Rui Miguel Ribeiro disse...

Porque, na verdade e em regra, a direita é mais competente. Infelizmente, há excepções, mas no Reino Unido é mesmo assim.