SEM DESCULPA
José Sócrates não pede desculpa. Pouco importa.
José Sócrates exibe aos Portugueses a sua característica arrogância, temporariamente amansada pela perda da maioria absoluta. Fala como dono da verdade, dono do Estado, dono de Portugal. Demonstra falta de respeito pelos Portugueses. Não tem desculpa.
José Sócrates exibiu uma redução do deficit de 2005 a 2008 à custa das contribuições acrescidas dos Portugueses, pouco fazendo para reduzir o peso da despesa pública sobre a economia nacional. Não tem desculpa.
José Sócrates aumentou despudoramente o deficit orçamental em 2009 para 9.3%, a pretexto da crise internacional e numa tentativa de maximizar as suas hipóteses eleitorais, enfraquecendo ainda mais as contas públicas e vulnerabilizando Portugal perante os mercados. Não tem desculpa.
José Sócrates dirige ou tolera uma máquina de propaganda e pressão sobre os media e a administração pública que constrange e atemoriza quem, tem (devia ter) o direito à liberdade de expressão sem receio de represálias. Não tem desculpa.
José Sócrates prometeu um referendo sobre o último tratado europeu e sonegou-o com uma desculpa capciosa. Mentiu aos Portugueses. Não tem desculpa.
José Sócrates assina o contrato no valor de 1.4 biliões de euros pela construção/exploração de um troço do TGV na mesma altura em que aumenta os impostos para salvar as finanças públicas (e supostamente a Europa). Não tem vergonha. Não tem desculpa.
José Sócrates culpa os mercados e os especuladores pelos nossos males, tentando desviar a atenção do óbvio: os nossos problemas são a causa e não o efeito do comportamento dos mercados. Assim o endereço principal da responsabilidade está em S. Bento e no Terreiro do Paço. Não tem desculpa.
José Sócrates culpa os mercados e os especuladores pelos nossos males, tentando desviar a atenção do óbvio: os nossos problemas são a causa e não o efeito do comportamento dos mercados. Assim o endereço principal da responsabilidade está em S. Bento e no Terreiro do Paço. Não tem desculpa.
José Sócrates prometeu na campanha eleitoral que não aumentaria os impostos e logo no PEC 1 aumentou-os através das deduções fiscais, mentindo aos Portugueses. Não tem desculpa.
José Sócrates proclamou no Parlamento a 16 de Abril que não aumentaria os impostos e aumentou-os três semanas depois. Mentiu outra vez aos Portugueses. Não tem desculpa.
José Sócrates anunciou aumentos de impostos por um ano e meio, até ao final de 2011. Dias depois, o Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais já falava em retroactividade a Janeiro de 2010 (entretanto desmentida), o Ministro das Finanças primeiro e o Primeiro-Ministro a seguir, já abriram a porta à extensão desses aumentos até ao final de 2013. Continua a tentar ludibriar os Portugueses. Vale tudo. Não tem desculpa.
José Sócrates mente recorrentemente aos Portugueses. Não tem desculpa.
José Sócrates não tem estatura moral nem dimensão política para governar Portugal. Tem razão em não pedir desculpas. Não as merece. Devia fazer as malas e partir. Sem perdão, sem desculpa, sem remissão.