31 agosto, 2020

Forte com os Fracos...

 

FORTE COM OS FRACOS…


…e FRACO COM OS FORTES.

in “THE ECONOMIST” em https://www.economist.com/europe/2019/07/25/the-eus-relationship-with-turkey-is-failing

A EU desencadeou um conjunto de sanções contra a Bielorrússia. O pretexto foi uma alegada viciação da votação. A justificação mais propalada foi o confronto das forças de segurança com manifestações. A real razão foi a vitória de Aleksandr Lukashenko.

Com ou sem batota (que está por provar), uma vitória por 80% está bastante além de qualquer batota. Independentemente disso, as eleições e a política interna de um país e não de um conjunto de países que se arrogam o direito de decidir sobre assuntos internos de estados terceiros.

Ainda pior do que a petulância de Bruxelas, é a flagrante discrepância de critérios. Dois exemplos:

1- A Turquia insulta Estados europeus, viola a soberania de dois Estados-Membros (Grécia e Chipre), ameaça navios e aviões militares de vários países europeus, fomenta a instabilidade e a agressão no Mediterrâneo Oriental.

A reacção resume-se a uns protestos inconsequentes e a umas vagas ameaças. Não há sanções, nem punições económicas e muito menos se dá o troco às acções agressivas. Se, por exemplo, a EU suspendesse ou terminasse a União Aduaneira com Ankara, veríamos a Turquia e Erdogan a tinir e a tremer.

2- A China, um Estado totalitário, adepto praticante do bullying, da chantagem, do roubo e da agressão militar e paramilitar, continua a ser um compincha de eleição da maioria dos países da EU. Os abusos e as agressões provindas de Pequim excedem em dimensão e gravidade o comportamento de praticamente qualquer outro estado, porém, os 27 Estados-Membros preferem baixar a cabeça, assobiar para o lado e continuar o jogo chinês.

A óbvia conclusão a tirar é que a EU e os seus Estados-Membros castigam a seu bel-prazer os países com escassos meios para contrariar ou ripostar a este tipo de sanções, enquanto se eximem a punir estados bem mais prepotentes e perigosos, seja por cobardia, ou por ganância.

E assim, forte com os fracos e fraca com os fortes, a burocracia e a diplomacia europeias vão satisfazendo os seus egos pseudo-moralistas e pseudo-justiceiros.

 

 

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