JERUSALÉM 200 DIAS DEPOIS
Inauguração da embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém.
No dia 6 de
Dezembro de 2017, o Presidente Donald Trump reconheceu Jerusalém como capital
de Israel e anunciou a consequente mudança da embaixada dos Estados Unidos de
Telavive para Jerusalém, o que veio a suceder em Maio deste ano.
Nessa altura,
escrevi que a histeria generalizada que se gerou acerca das consequências desta
decisão (que decorre de uma deliberação do Senado datada de 1995!!!) ficariam
muito, muito aquém das previsões de guerras e catástrofes.
Volvidos mais de
200 dias, nada de substancial ocorreu. Aconteceram as manifestações e recontros
que afirmei que ocorreriam, especialmente na Faixa de Gaza e…pouco mais.
O que é que não
aconteceu?
Não aconteceram
as retaliações, a guerra, a instabilidade e o rompimento de relações por parte
de estados do Médio Oriente que muitos apregoavam.
Recuando ao post
de Dezembro, escrevi: A causa palestiniana
há muito que caiu nas prioridades da generalidade do mundo árabe. O Irão, o
Xiismo, as guerras na Síria, Iraque, Iémen e Líbia, as revoluções no Egipto, os
diversos terrorismos, a queda do preço do petróleo, a reconversão económica, a
evolução da política e da estratégia americana no Médio Oriente, constituem um
rol de prioridades que ultrapassaram a Palestina. Consequentemente, o mais
provável é que países como a Arábia Saudita, o Iraque e os Emiratos Árabes
Unidos vocalizem o seu protesto, horror e repúdio, mas com poucas consequências
práticas.
Tal e qual. Nem os ayatollahs
radicais de Qom, nem o tiranete de Ankara, nem os reacccionários de Ryiadh, nem
os acossados de Damasco, nem o generalíssimo do Cairo, nem as falanges xiitas
de Bagdad, ninguém mexeu uma palha, ninguém marchou sobre Jerusalém.
Não houve novas
guerras, não houve incremento do terrorismo, o Médio Oriente não está mais nem
menos tenso do que estava antes do anúncio, Israel não foi mais hostilizado ou
isolado do que antes. Reagiram, como de costume, os militantes e seguidores do
grupo terrorista Hamas com rockets e os grupos anti-semitas no Ocidente com
verborreia.
Em suma, a Leste, nada de
novo.
P.S. Eu sei que é um
esforço em vão, mas era tempo de deixar de reagir a acontecimentos relevantes
de forma histérico-apocalíptica. Não serão um teste nuclear, uma mudança de
embaixada, um coup d’état, ou um referendo que vão provocar a desordem global
ou uma catástrofe. Take a deep breath. Get a grip!