BENFICA
TRICAMPEÃO!!!
O Sport Lisboa e Benfica sagrou-se
Tricampeão Nacional pela 6ª vez (Campeão pela 35ª vez)!
Foi uma caminhada longa e árdua, marcada por um início atribulado
que pôs os encarnados perto do KO, quando a diferença para o 1º atingiu os 8
pontos (e 6 para o 2º).
Seguiu-se um cerrar de fileiras de jogadores, treinador e adeptos, a
subida gradual e notória da qualidade de jogo da equipa, o incremento da sua
eficácia ofensiva e da sua segurança defensiva e a consolidação dos métodos do
treinador. A vitória em Braga (0-2) marcou a viragem no relvado, dando início a
uma cavalgada imparável rumo ao título, com uma longa sequência quase
ininterrupta de vitórias. A vitória em Alvalade (0-1) catapultou
definitivamente o Benfica para o 1º lugar e a goleada ao Braga (5-1) na Luz,
mostrou que o Bicampeão dificilmente cederia. E assim foi até ao 4-1 final,
frente ao Nacional, numa Luz em delírio.
É sempre bom conquistar o Campeonato Nacional, mas admito que este
soube particularmente bem. Desde logo e em primeiro lugar, porque representa o
retomar do bom e quase esquecido hábito do Tricampeonato (ainda me lembro do
anterior). Em segundo lugar, porque validou uma importante inflexão estratégica
que passou por dar espaço a quem jogava no Seixal poder fazê-lo a seguir no
Estádio da Luz: Sanches, Lindelof, Ederson, Gonçalo Guedes, Nélson Semedo e
Nuno Santos foram os pontas-de-lança dessa aposta bem sucedida. Em terceiro
lugar, porque o Campeonato foi conquistado perante forte oposição do velho
rival que este ano substituiu o rival contemporâneo; à velha e histórica
rivalidade, somou-se o prazer de vencer quem fez do hooliganismo verbal e da
baixeza de carácter uma arma para ganhar aquilo que não ganham há 15 anos.
DESTAQUES:
JONAS:
Jogador fantástico! Inteligência e leitura de jogo, técnica, disponibilidade para a
equipa, predador na área, grande finalizador (dois pés e cabeça). 32 golos (goleador do Campeonato) e 14
assistências (3º melhor), foi
indiscutivelmente o melhor jogador do Benfica e do Campeonato Nacional.
Jonas abre o livro na Luz contra o Rio
Ave. Neste jogo, Jonas marcou os dois primeiros golos do Benfica e assistiu
Jimenez para o 3-1 final.
Jovens da
Formação: Renato Sanches foi o expoente máximo deste grupo. A sua
entrada no onze deu à equipa o 8 de que ela precisava: força e pujança para
ligar sectores, queimar linhas e levar o jogo até à área adversária. Lindelof e Ederson foram os outros grandes
destaques: ambos entraram “a frio” na fase crucial da época, não tremeram e
mostraram uma qualidade e segurança notáveis. O Sueco nunca comprometeu e
chegou a liderar a defesa, enquanto o Brasileiro aferrolhava a baliza e lançava
o ataque como muitos pouco fazem. E num ápice, aquele está no Campeonato da
Europa pela Suécia e este na Copa América com o Brasil. Semedo teve 1/3 de época espectacular, mas uma lesão grave
arruinou-lhe a maior parte da época (o mesmo sucedeu a Nuno Santos); Gonçalo Guedes começou bem, teve uma quebra, mas
terminou em bom plano.
Na estreia a titular na Luz, Renato
Sanches apresentou-se com um golaço que fechou o resultado em 3-0.
Lindelof na Luz frente ao Vitória de
Guimarães. O Sueco supriu na perfeição as ausências sucessivas de Luisão e
Lisandro.
GAITAN:
Campeão das assistências no Campeonato pelo 3º ano consecutivo e jogador
com mais participações directas em golos na prova, o que não constitui surpresa
vindo do jogador mais genial, tecnicista e imprevisível a jogar em Portugal nos
últimos anos. O 4º golo do Benfica na Final da Taça da Liga foi uma última
pérola deixada pelo jogador que já entrou na História do Benfica: pelo que joga
e pela forma como sente o clube.
No jogo da decisão final, Gaitan marcou 2
golos e fez uma assistência na vitória do Benfica por 4-1 frente ao Nacional.
FEJSA: Foi um
autêntico varredor. Quando assumiu a titularidade, a segurança defensiva do
Benfica aumentou exponencialmente e o ratio de vitórias/jogo também. É,
claramente, o nº6 da equipa e um jogador
talismã: 9 títulos de Campeão consecutivos em apenas 8 anos – 3 no Partizan
(Sérvia) + 3 no Olympiacos (Grécia) + 3 no Benfica = 9!!!
Fejsa, a
muralha do Benfica frente ao Vitória de Setúbal. O Sérvio é tricampeão pelo
Benfica e soma 9 títulos nacionais consecutivos.
MITROGLOU:
Marcou 20 golos (24 em todas as competições), mostrou ser um homem de área eficaz e
um bom complemento para Jonas. Ah, e
marcou o golo em Alvalade!
Mitroglou marca ao Sporting, o Benfica
vence e isola-se na liderança. Seria até ao fim.
JARDEL: Durante
anos estava sempre na lista de jogadores que gostava que saíssem do Benfica.
Saiu da lista há dois anos e agora está na lista dos que eu quero que fiquem. Rápido, eficaz, letal no jogo aéreo, foi o
esteio da defesa numa época com pouco Luisão.
Jardel, desbloqueia um jogo difícil
frente ao Vitória de Guimarães.
RUI VITÓRIA: Não fui um dos que condenou Rui Vitória sumariamente no Verão de 2015, mas era um dos cépticos. Rui Vitória ultrapassou uns e outros, conduzindo a nau benfiquista por mares encapelados, resistindo ao naufrágio iminente, colocando a nau na rota correcta, vencendo obstáculos, navegando bem, ultrapassando a concorrência e alcançando o triunfo final com inteira justiça e mérito. Se a isto juntarmos a 7ª Taça da Liga e a prestação meritória na Liga dos Campeões, Rui Vitória merece como poucos o destaque desta época.
Rui Vitória, o treinador do 35º, aqui na
Luz na goleada por 5-1 ao Braga.
LUÍS
FILIPE VIEIRA: o Presidente e a organização que lidera mostraram estar à altura
dos acontecimentos numa época que se previa, e foi de facto, agreste,
tumultuosa e com níveis de rivalidade, virulência e violência verbal muito mais
elevados do que é habitual. Apoiou o treinador quando tal foi preciso, manteve
a calma e, muitas vezes, o silêncio no meio da histeria, e teve quem
respondesse aos ataques mais torpes. O insulamento da equipa da atoarda
exterior, foi um dos ingredientes do sucesso.
ADEPTOS
DO SPORT LISBOA E BENFICA: Mais uma vez, a onda vermelha varreu o país. Os adeptos encarnados foram enchendo
estádios, transformando-os em “mini-Estádios da Luz” e afluíram ao verdadeiro
Estádio da Luz ao ritmo de mais de 50.000 por jogo. Mais importante ainda, cavalgaram a onda atacante e vencedora da
equipa quando os jogos corriam bem e foram eles que a galvanizaram quando as
coisas corriam menos bem, como aconteceu em Coimbra, nos Barreiros e,
especialmente, no Bessa onde foram (fomos) presenteados com o milagroso golo de
Jonas nos descontos.
A onda encarnada que encheu o Estádio da
Luz e se estendeu a todo o Portugal.
Assim se
encerrou o Campeonato. Para o Benfica foi o 35º (insistentemente pedido pelos
adeptos desde o início), foi o Tri e foi o Campeonato do 88: 88 golos e 88
pontos, o novo record da História do Campeonato Nacional, a cereja no topo do
bolo.
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