O MEU VOTO
Como tive ocasião de escrever no Facebook, não acompanhei a
campanha eleitoral, nem a dita pré-campanha. Nem muito, nem pouco. Nada.
Niente! O pouquíssimo que sei chega-me do ocasional comentário de um familiar
ou amigo. Não o fiz porque não me queria aborrecer/incomodar/irritar mais do
que já me apoquentei e exasperei e revoltei ao longo dos últimos 7 anos. E,
também, porque o meu sentido de voto está definido há mais de 2 anos.
VOTO BRANCO!
VOTO BRANCO, porque o(s) partido(s) que se enquadravam na
minha área política governaram o país de forma
miserável:
* Tiveram uma atitude persecutória impenitente e inaceitável
perante os funcionários públicos e a classe média.
* Mentiram desbragadamente e sem vergonha antes, durante e
após as eleições de 2011, contando com a cumplicidade de um Presidente da
República que, em vez do Presidente de todos os Portugueses (que laracha) foi o
presidente deste governo.
Tiveram uma atitude subserviente, por vezes a roçar a
traição (vide Vítor Gaspar), em relação a poderes estrangeiros, abdicando da
nossa dignidade e da defesa do interesse nacional.
* Mostraram uma acintosa e imperdoável indiferença pelas
dificuldades e sofrimento (que fizeram questão de acentuar) de milhões de
Portugueses, que tinham a obrigação de defender e de servir.
* Tipicamente, vergaram a cerviz perante os mais poderosos
e influentes, o que é, aliás, característico dos corruptos e dos falsos fortes.
* Demonstraram uma arrogância perante a lei e a
Constituição, indigna de governantes num Estado de direito, achando que a lei
estava ao serviço da sua agenda, interesses e caprichos.
Não posso, em consciência e na posse das minhas faculdades
mentais, votar numa quadrilha de malfeitores.
VOTO BRANCO porque, apesar de pensar que o PS fará melhor
(ou não tão mau), não terá a visão, a coragem e a convicção necessárias para
mudar fundamentalmente o estado de coisas em Portugal. O seu histórico assim o
indica e o que mais se tem visto na Europa são partidos com denominações
diferentes e, supostamente, com um quadro ideológico e programático diferente,
a aplicar, com pequenas nuances, a mesma cartilha ditada de Berlim e papagueada
de Bruxelas.
Sinceramente, não acredito que o PS rompa o statu quo externo
e nem sequer o interno. Isto, somado à dificuldade
genética de votar à esquerda (se é que ainda existe), impede-me de votar no
PS.
VOTO BRANCO porque continuo a recusar-me a votar em
partidos de raiz e ideologia totalitárias.
VOTO BRANCO porque não existe uma alternativa de direita
ou de centro-direita que seja honesta, reformista, credível e patriota.
VOTO BRANCO porque quero protestar contra as alternativas
(???) propostas ao eleitorado e porque tenho memória.
VOTO BRANCO porque gosto de Portugal.
8 comentários:
Votas Branco, Rui - respeitavelmente, não ficas sentadinho no sofá... mas arriscas-te a que um trafulha, ou um bando de trafulhas, faça uma cruzinha por ti. O voto em branco, com a baixeza moral reinante, é um risco (aliás, à letra, uma falta de risco) muito perigoso. Excessivamente perigoso para meu gosto. Estas eleições voto, contrariado, mas voto. Voto menos a favor do que contra. Voto contra uma corja, a corja que tão bem descreves.
Joaquim de Freitas
23 h ·
AMANHA
Cidadaos
Não percam de vista que os homens que vos servirão melhor são aqueles que vos escolhereis entre os vossos, vivendo a vossa vida, sofrendo dos mesmos males.
Desconfiai tanto dos ambiciosos que dos arrivistas; uns e outros só consultam o seu próprio interesse e acabam sempre por se considerar como indispensáveis.
Desconfiai igualmente dos "faladores", incapazes de passar à acção; estes sacrificarão tudo a um belo discurso, a um efeito oratório ou a uma palavra ou piada espiritual.
Evitai também aqueles a quem a fortuna favoreceu em demasia, porque muito raramente aquele que possui a fortuna está disposto a olhar o trabalhador como um irmão.
Enfim, procure homens com convicções sinceras, homens do povo, decididos, activos, tendo bom senso, direito e uma honestidade reconhecida.
Estes são aqueles que nunca se considerarão como vossos mestres.
Photo de Joaquim de Freitas.
"Levantai hoje de novo, o esplendor de Portugal! "
Regressei ao Facebook, após uma curta ausência, e o que leio aqui deixa-me perplexo. Creio que há milhões a crer ainda. Mas sinto muitos desmoralizados, pretendendo ficar nas bermas da estrada. Penso nos abstencionistas, claro. Se este partido for o vencedor seria uma grande lástima, um grande desperdício de esperança. Porque não existe outra alternativa que de reunir o povo para acabar com o capitalismo predador.
Como levantar a chapa de chumbo e impedir que ela não seja definitiva? O abstencionismo é uma das ferramentas que permitem às classes dominantes de exercer a sua dominação.
Precisa-se de construir, da base ao cume, por toda a parte, espaços de convergência autónomas, sem ideias preconcebidas de baixa política, eleitoralistas, sem cálculos de boticários de hegemonias, de instrumentalização, sem desconfiança recíproca, sem "amo-te e eu também não".
Não o fazer seria criminoso. Se há quem acha que falta um horizonte de alternativa, de fôlego, de audácia, que não parece estar à altura do desafio, que saiam para as ruas e o digam aos líderes. Nada será demais perante as pesadas nuvens negras que se amontoam no horizonte, num mundo que vai ser cada dia mais perigoso.
Sim, estamos a viver a pior crise (sistémica, civilizacional) desde 1930. E ela acelera-se vertiginosamente. Porque se nada se fizer no bom sentido, amanhã, uma explosão social poderá chegar a violentas confrontações, um cenário catástrofe é possível.
Mas sobretudo, que aqueles que estão conscientes deste perigo e pensam atraiçoar o destino da Pátria refugiando-se na abstenção, assumam as suas responsabilidades e se metam no caminho das urnas. Muitos cidadãos morreram para aceder a este direito: seria assassiná-los uma vez mais que de não votar.
A mim, a minha a minha Pátria nunca me permitiu de votar.
No dia 4/10/2015 sofri um duplo golpe: o falecimento de um ente querido e o resultado eleitoral.
Foi positivo constactar que a maioria continua abastada o suficiente para dispensar alterações governativas - indubitavelmente, a crise bate sempre às mesmas portas!
Como diria alguém, temos café sem cafeína; cerveja sem álcool e tabaco sem nicotina. Precisávamos de um governo sem ladrões. Alguém conhece?
Fizeste muito bem Sérgio. Eu sou adepto do voto branco porque encarna, penso eu, o protesto activo, diverso da abstenção, portanto. Eu "arrisco" esse voto porque confio que os partidos representados nas mesas de voto se neutralizem mutuamente.
Aliás, se olhares para os resultados, verificarás que foram contabilizados 113.000 votos brancos, 2% do total, o que equivale a um 5º lugar.
Sr. Joaquim de Freitas,
O seu 1º comentário contém bem avisados conselhos. Infelizmente, aqueles que vingam na actividade política hodierna são as mais das vezes aqueles que o meu amigo aconselha a evitar. É o triunfo da mediocridade, do compadrio e da batotice.
Sr. Joaquim de Freitas,
No seu 2º comentário, volta a ter razão. A crise é sistémica e é grave. Curiosamente os seus "avisos" de uma iminente catástrofe são idênticos aos que o meu amigo Sérgio Lira tem proferido noutros forae.
Em relação à abstenção, que foi record, é o sinal do desânimo e da desesperança, talvez da raiva também. Será a convicção que vote como vote, o resultado será o mesmo e será altamente penalizador.
A realidade é que a democracia ocidental é-o cada vez menos e cada vez mais se assemelha a uma plutocracia.
Estimada Estella,
Os meus sentimentos pela sua perda :-(
Em relação à sua pergunta, receio que a resposta é "Não!"
Um abraço solidário!
Enviar um comentário