27 junho, 2010

Campeonato do Mundo 2010 - Parte 1

CAMPEONATO DO MUNDO

PARTE 1


Acabou a primeira fase do Campeonato do Mundo 2010, tempo de fazer um primeiro e breve balanço.

WINNERS

Holanda e Argentina: Praticaram o melhor futebol na primeira fase; na verdade, foram as únicas selecções cujo jogo produziu algum encanto com consistência. A Argentina e a Holanda foram, também, as únicas selecções a fazer o pleno de 3 vitórias – 9 pontos. Ambas têm excelentes jogadores de ataque e fizeram acontecer aquilo que nem sempre é óbvio; praticaram o melhor futebol e obtiveram os melhores resultados. Se fosse critério, seriam os grandes favoritos à vitória final, mas bem podem encontrar-se na final.

Uruguai: Foi o melhor a seguir aos melhores, venceu inequivocamente um grupo difícil e mostrou segurança defensiva e criatividade no ataque – Forlan + Suarez. O 2º lugar da Inglaterra deixou os Uruguaios como fortes candidatos às meias-finais.

Goleadas: Não foram muitos os golos e poucos jogos tiveram muitos golos. Por isso, merecem especial destaque as duas goleadas da fase de grupos. Acima de tudo, os 7-0 de Portugal, a maior goleada em Mundiais desde os 10-1 da Hungria a El Salvador em 1982 (record absoluto); para encontrar outro 7-0 é preciso ir à Mundial de 1974 na RFA, quando a Polónia cilindrou o Haiti; mas enquanto que nesse ano, por exemplo, a Jugoslávia também esmagou o Zaire por 9-0, a goleada de Portugal ergue-se como caso único nos últimos Campeonatos. A outra referência vai para a Alemanha (4-0 à Austrália).

LOOSERS

França: O grande flop da competição: um paupérrimo pontito, um mísero golito, um treinador com mau carácter, uma pseudo-equipa, um grupo de egos malcriados e um ambiente de guerra civil, deram à França o 29º lugar entre 32 equipas e o maior fiasco de que há memória entre as potências do futebol.

Itália: Os Campeões do Mundo tiveram a pior prestação das últimas décadas e foram elimnados na fase de grupos pela 1ª vez desde 10974. Sem chama e, principalmente, sem génio, a Itália não encontrou substitutos à altura de Del Piero, Totti, ou Pirlo. Mesmo com deficit de talento, se a Squadra Azzurra tivesse jogado sempre com a atitude do 2º tempo do jogo com a Nova Zelândia, teria ganho Grupo F.

África: O Mundial é em África, mas tarda a afirmação, há muito prometida do futebol africano. Ter 6 selecções, jogar em casa e ver 5 eliminadas na fase de grupos, demonstra à evidência que o continente está absurdamente sobre-representado nos Campeontaos do Mundo e só a política eleitoralista e interesseira de Havelange e Blatter é que levaram a esta inflação em prejuízo da Europa e da América do Sul, que apresentam cronicamente resultados muito melhores.

Relativamente ao que previa para a 1ª fase, eis o saldo, relativamente aos qualificados:
Acerto total (1º e 2º classificados por ordem): Grupos A, B, G e H.
Acerto (qualificados com ordem inversa: Grupo C.
Acerto no 1º: Grupos D e E.
Falhanço: No Grupo F, acertei na qualificação do Paraguai, mas não acertei em nenhum dos lugares da classificação.

Previsões para os Quartos de Final:

Holanda – Brasil
Uruguai – EUA
Argentina – Inglaterra
Paraguai – Espanha

P.S. Portugal: Portugal fez o que lhe competia: qualificou-se. Fê-lo no expectável 2º lugar, com menos 1 ponto do que esperaria – trocou a vitória com a Costa do Marfim com um empate com o Brasil. A avaliação é mista e levanta muitas incógnitas: nota negativa no jogo com a Costa do Marfim (0-0) com exibição fraquíssima e nula ambição; nota excelente contra a Coreia do Norte (7-0), graças a uma segunda parte (a primeira foi equilibrada e não foi famosa) em que Portugal teve um grande aproveitamento de oportunidades e em que procurou sempre mais face a uma equipa em colapso anímico e organizativo (?); nota boa para o jogo com o Brasil (0-0) em que Portugal jogou de igual para igual (inferior ao Brasil na 1ª parte, superior na 2ª), mas sem retirar mérito, um jogo final em que ambas as selecções já estavam qualificadas tem de ser encarado com alguma prudência. De qualquer forma, o desempenho não foi de modo a afastar as dúvidas, perplexidades e até rejeição, que a gestão Queiroz (globalmente fraca) tem suscitado. Como é óbvio, gostava de me enganar e ver Portugal nos quartos. Haja esperança!

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